Interior paulista pode liderar combate ao calor extremo com tecnologia aberta, diz especialista da Apeti
Interior paulista pode liderar combate ao calor extremo com tecnologia aberta, diz especialista da Apeti

Enquanto a COP30 discute em Belém os impactos da crise climática nas cidades, o advogado e especialista em tecnologia Leon Fagiani, associado da Apeti, acredita que o interior de São Paulo tem condições de liderar uma nova frente de ação climática no país. Para ele, o uso de infraestrutura digital pública e dados abertos pode transformar municípios do Noroeste Paulista em referência na gestão de eventos climáticos extremos.
“Temos tecnologia e conhecimento técnico de sobra para transformar cidades médias em modelos de resiliência climática. Falta apenas coordenação entre os atores públicos, privados e acadêmicos”, afirma Fagiani.
A proposta está em sintonia com o Mutirão Global contra o Calor Extremo, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) durante a conferência. O movimento convida municípios a adotar soluções sustentáveis e plataformas digitais abertas para coletar dados, mapear áreas de risco e envolver a população nas decisões.
Entre as iniciativas apresentadas na COP30, está a Infraestrutura Digital Pública para o Clima, coordenada por Ronaldo Lemos (ITS Rio). O projeto propõe a criação de sistemas municipais abertos, interoperáveis e auditáveis, baseados em princípios da LGPD e do Marco Civil da Internet, permitindo que prefeituras criem ferramentas próprias de alerta, mapeamento de ilhas de calor e participação cidadã.
Para Fagiani, o debate vai além da tecnologia. “A crise climática também é uma crise social. As soluções digitais precisam ser cocriadas com as comunidades, respeitando a identidade e o saber local”, diz.
A ideia é que o interior paulista, reconhecido por sua força em inovação e tecnologia, possa transformar essa capacidade em ação climática concreta, conectando desenvolvimento, equidade social e sustentabilidade.










