Silvio Amaral, do Bioma Laces, saiu da confeitaria para se tornar um dos cabeleireiros mais respeitados do país
Silvio Amaral, do Bioma Laces, saiu da confeitaria para se tornar um dos cabeleireiros mais respeitados do país

Nesta segunda-feira (3), o Brasil celebra o Dia do Cabeleireiro, data que também marca o dia de São Martinho de Porres, padroeiro da profissão. É uma oportunidade para reconhecer quem faz da beleza um ato de transformação. Entre eles está Silvio Amaral, do Bioma Laces, de São José do Rio Preto, hoje um dos cabeleireiros mais respeitados do país.
A trajetória dele começou longe dos salões. Silvio cresceu na zona rural, ajudando os pais no trabalho do sítio. “Comecei a trabalhar cedo, ajudando minha família na roça. A vida era simples, mas foi ali que aprendi o valor do esforço e do trabalho”, conta.
Quando se mudou para a cidade, conseguiu o primeiro emprego como almoxarife. Mesmo assim, enfrentava dificuldades financeiras. “Eu estava passando por um momento muito difícil. Um dia, voltando do trabalho de ônibus, decidi descer em frente a uma escola de cabeleireiro. Liguei para minha mãe de um orelhão e disse que queria fazer o curso. Ela se assustou, porque eu mal tinha dinheiro para comer, mas aquele foi o começo de tudo”, lembra.
Para sustentar o sonho, Silvio trocou o almoxarifado pela cozinha de uma padaria, onde passou a trabalhar como confeiteiro durante o dia e estudar cabeleireiro à noite. “Eu fazia bolos e doces para pagar o curso. Um professor me disse que eu tinha talento e comecei a me destacar. Foram três anos de muito esforço até decidir deixar a CLT e abrir meu primeiro salão. Foi uma virada. A beleza me curou, me move e me faz feliz. Eu nasci para ser cabeleireiro.”
Com o tempo, Silvio transformou o Bioma Laces em referência em tratamentos e recuperação capilar. Mas, para ele, o sucesso vai além da técnica. “Ser cabeleireiro vai muito além de transformar a fibra, as cores e o design. A gente precisa abrir o ouvido e o coração para entender a dor e a alegria de cada cliente. Naquela cadeira passam histórias de perdas, conquistas, filhos, doenças e recomeços.”
Silvio também se orgulha da relação que construiu com suas clientes e com os profissionais que ajudou a formar. “Tenho clientes que eram crianças e hoje são médicas, mães, mulheres incríveis. Já formei muitos cabeleireiros que hoje têm seus próprios salões. Isso me enche de orgulho. Ser cabeleireiro é ser feliz. É levar uma boa mensagem todos os dias, ajudar pessoas e construir autoestima. É uma profissão linda e transformadora.”
O Dia do Cabeleireiro coincide com a celebração de São Martinho de Porres, mestiço peruano conhecido por sua humildade e caridade. Ele atuou como barbeiro-cirurgião e dedicou a vida a cuidar dos pobres e doentes. A data reforça o sentido de uma profissão que, como a de Silvio Amaral, tem no cuidado e na generosidade sua maior força.










